A estreia da Tesla na Índia começou com ritmo lento. Segundo dados de concessionárias citados pela BBC, desde julho a marca vendeu pouco mais de 100 veículos no país mais populoso do mundo, apesar da abertura do mercado a importações de veículos elétricos em março.
A marca abriu sua primeira loja em Mumbai em julho e, nesta semana, inaugurou um “Tesla Center” maior em Gurugram, nos arredores de Nova Délhi. Mesmo assim, o preço de importados pesa. O Model Y que parte de US$ 40 mil nos Estados Unidos chega a 5.989.000 rúpias na Índia, cerca de US$ 67 mil, faixa acessível a minoria do mercado local. Apenas 1% das vendas de carros no país está no segmento de luxo.
O cenário de infraestrutura também limita o avanço. A Tesla tem um Supercharger em operação e dois previstos para a região de Gurugram. Há milhares de outros pontos de recarga no país e a possibilidade de recarregar em casa, porém o total ainda é baixo frente à população e às distâncias.
No recorte do mercado de veículos elétricos, o desempenho da Tesla é bem discreto. A Índia deve somar cerca de 2 milhões de elétricos vendidos no ano, em sua maioria scooters. Carros de passeio elétricos somam aproximadamente 160 mil unidades no acumulado, algo como 3% do mercado. Marcas locais como Mahindra e Tata lideram as vendas com produtos mais baratos, enquanto fabricantes chineses já respondem por cerca de um terço do mercado de carros elétricos, algo próximo de 60 mil unidades no ano.
Até fabricantes alemães de luxo avançam num volume modesto, porém superior ao da Tesla. Mercedes-Benz, BMW e Audi somam por volta de 4.000 carros elétricos vendidos no ano. A combinação de preços altos de importados, infraestrutura ainda em formação e concorrência de modelos nacionais mais acessíveis explica a largada cautelosa da Tesla na Índia.
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