As últimas estatísticas da União Europeia indicam um ponto de virada: em outubro de 2025, veículos eletrificados superaram, pela primeira vez, os modelos a gasolina e diesel no volume de emplacamentos. O mercado total cresceu de forma tímida nos dez primeiros meses, avançando 1,4%, mas a preferência do consumidor mudou de forma clara para tecnologias elétricas.
Em outubro, a soma de veículos elétricos a bateria, híbridos plug-in e híbridos elétricos respondeu por 63,9% dos registros, ante 55,4% um ano antes. Entre as opções eletrificadas, o híbrido elétrico segue como escolha dominante: participação de 34,6% no acumulado do ano, com 3.109.362 unidades.
Para contextualizar: veículo elétrico a bateria roda apenas com energia elétrica; híbrido plug-in combina motor a combustão e motor elétrico com recarga na tomada, permitindo rodar dezenas de quilômetros no modo elétrico; híbrido elétrico também combina motores, mas recarrega sozinho em movimento, sem uso de tomada.
Os elétricos a bateria somaram 1.473.447 unidades entre janeiro e outubro, alcançando 16,4% de participação, acima dos 13,2% de 2024. Em outubro, os emplacamentos de elétricos cresceram 38,6% na comparação anual. Os quatro maiores mercados da UE concentraram 62% desses registros, com destaque para a Alemanha, que avançou 39,4% no ano.
Os híbridos plug-in mostraram a maior aceleração em outubro: alta de 43,2% na base anual. No acumulado, chegaram a 819.201 unidades e 9,1% de participação. O sul da Europa puxou o avanço, com a Espanha saltando 109,6% e a Itália subindo 76,5% no ano.
A expansão dos eletrificados veio à custa dos motores tradicionais. A fatia combinada de gasolina e diesel recuou para 36,6% no acumulado, ante 46,3% no mesmo período de 2024. O diesel caiu abaixo de 10% e despencou 24,5% em registros; a gasolina recuou 18,3%, somando 2.459.151 unidades. Todas as grandes praças da UE reduziram vendas de gasolina, com França em queda de 32,3% e Alemanha de 22,5%.
No tabuleiro competitivo, o Grupo Volkswagen mantém a liderança geral. Entre as marcas chinesas, a BYD avançou 206,8% em outubro e a SAIC cresceu 35,9%, reforçando presença no continente. Em contraste, a Tesla perdeu fôlego: recuo de 48,5% em registros na UE no mês.
Nos modelos, o Dacia Sandero foi o carro mais vendido em outubro e no acumulado do ano, comprovando a força dos compactos acessíveis, independentemente do tipo de motor. O quadro sinaliza mudança estrutural: mesmo com o mercado ainda abaixo do patamar pré-pandemia, a maioria dos consumidores migra para soluções elétricas ou híbridas, enquanto gasolina e diesel perdem relevância.
0 Comentários